quarta-feira, 18 de junho de 2014

ÓRGÃOS VEGETAIS - RAIZ, CAULE E FOLHA

As plantas possuem formas muito variadas. Percebemos ao observar, por exemplo, uma vitória-régia e um coqueiro. Raízes, caules, folhas, frutos e flores são estruturas que comumente chamamos órgãos vegetais. Cada órgão possui sua função definida e várias formas possíveis. Vimos que as flores são órgãos reprodutivos, e os frutos se originam dessas. Como foi assunto de aulas passadas, ao caracterizarmos as angiospermas, aqui trataremos das raízes, caules e folhas.


Raiz

Tem como função absorver e fixar.

Possui regiões definidas: 

                              

coifa (protege a ponta da raiz),  zona meristemática (indiferenciada),
zona de alongamento (onde as células estão crescendo e se diferenciando), 
zona pilífera (possui pêlos absorventes de água)
zonadas ramificações (onde partem raízes secundárias).


Tipos de sistemas radiculares:

  • Axial ou pivotante – típica de dicotiledôneas, possui uma raiz primária e diversas ramificações. Ex: feijão, abacateiros,...
  • Fasciculada – típica de monocotiledôneas, possui diversas raízes saindo do mesmo ponto, com aspecto de emaranhado. Ex: milho
  • Adventícias: são de suporte, partem do caule. Comum em mangues. Ex: milho.
  • Tuberosas: atuam como órgãos de reserva. Ex: beterraba, cenoura.
  • Respiratórias ou pneumatóforos: em solos pobres em oxigênio ou ambientes aquáticos, são adaptadas para captar oxigênio.
  • Sugadoras: adaptadas para sugar seiva de outros vegetais.



Foto: Raquel Pontes
Raiz fasciculada
Foto: Raquel Pontes
Raiz Pivotante 


Foto: Raquel Pontes
Raiz Fasciculada







Caule


O caule é uma estrutura muito importante para o vegetal, pois, além de ser a estrutura onde folhas e raízes estão inseridas, promove a troca de substâncias orgânicas entre esses órgãos.
Tem função de sustentação e conexão entre raízes e parte aérea, pode realizar reservas de substâncias e energia e pode ser fotossintético também.
Todos os caules que têm o seu desenvolvimento abaixo do solo são chamados de caules subterrâneos. Eles podem ser classificados em três tipos: rizomas, tubérculos e bulbos.
Os caules subterrâneos do tipo rizoma acumulam substâncias nutritivas e se desenvolvem próximos à superfície do solo. Nesse tipo de caule podemos observar vários ramos e raízes saindo dele. Esses tipos de caules subterrâneos podem ser vistos em samambaias, gengibre, bananeiras, etc.

Os caules possuem estruturas próprias, como:

Fonte: botanicagraduacao.blogspot.com


  • Nós = região de inserção das folhas e gemas laterais.
  • Entrenós = região entre os nós.
  • Gemas apicais = região meristemática na ponta do caule.
  • Gemas laterais = regiões meristemáticas localizadas nos nós responsáveis pelo brotamento de novos ramos, folhas ou flores.

Tipos de caules:

  • Haste: verde, delicado, realiza fotossíntese. Ex: margarida.
  • Tronco: lenhoso e capaz de maior sustentação. Ex: mangueira.
  • Colmo: nós e entrenós bem visíveis, possui a bainha das folhas recobrindo os entrenós e folhas ao longo do caule. Ex: milho, bambu.
  • Estipe: nós e entrenós bem visíveis, mas com folhas apenas no ápice do caule. Ex: coqueiro.
  • Tubérculo: reserva. Exemplo: batata. Difere das raízes tuderosas por ser adaptação do caule. Podemos observar ao ver as gemas laterais (característica de caule) nas batatas.
  • Rizoma: se desenvolvem no solo, paralelamente. Ex: samambaia, bananeira.
  • Bulbo: estrutura complexa formada por uma caule e folhas modificadas. Exemplo: alho e cebola. O caule equivale ao prato, região basal. Os dentes do alho e a cebola são folhas modificadas, chamadas catáfilos.
  • Caule aquático: encontra-se submerso em água. exemplo: vitória-régia.


Folha
Fonte: abaara.blogspot.com

                       
Absorve gases e luz solar, realiza a fotossíntese, libera produtos da fotossíntese. Às vezes pode realizar o papel de pétalas (brácteas), sendo colorida e atraindo agentes polinizadores. Pode também estar modificada em espinho, como maneira de diminuir a sua superfície e evitar a perda de água por transpiração.
É o caso dos cactos. É formada por um limbo, ou lâmina, um pecíolo, que é a haste que a sustenta, e uma bainha, a base que envolve o caule.
Podemos observar padrões diferentes na organização das nervuras, que são os feixes vasculares realizando o transporte de seiva nas folhas. Aquelas com um padrão paralelo de nervuras são tipicamente monocotiledôneas. Já os padrões ramificados de nervuras são típicos de dicotiledôneas.

Estruturas da folha:

Bainha
Pecíolo
Limbo
Fonte: ajudandosuamateria.blogspot.com

                                                                   

Fotossíntese

Ao realizar a fotossíntese, o vegetal produz as substâncias orgânicas nutritivas de que necessita para se manter vivo, utilizando, para isso, a energia luminosa. Essas substâncias formam a seiva elaborada, composta, principalmente, de água e glicose, que é transportada através do caule para as demais partes do vegetal, onde será consumida ou armazenada.

    luz
Gás carbônico + água   ---   Glicose + oxigênio
         clorofila

Para que ocorra a produção de glicose durante a fotossíntese, a planta precisa retirar do ambiente as seguintes substâncias: água e gás carbônico.
A água é retirada do ambiente através dos pêlos absorventes presentes na raiz e transportada pelo caule até as folhas. Estas contêm grande quantidade de estômatos, por onde penetra o gás carbônico do ar.
A clorofila, pigmento verde, absorve a energia luminosa necessária para que a água e o gás carbônico possam ser transformados em glicose. Por isso, as folhas da planta estão sempre dispostas da melhor forma possível para que recebam bastante luz do Sol.
Durante a fotossíntese ocorre também a formação de oxigênio, que é liberado para o meio ambiente.

Estômatos

Sem dúvida, os estômatos são os anexos mais importantes relacionados com a troca de gases e água entre as folhas e o meio. As células estomáticas são as únicas na epiderme que possuem clorofila. Um estômato visto de cima, assemelha-se a dois feijões dispostos com as concavidades frente a frente: são as duas células estomáticas ou células-guarda, que possuem parede celular mais espessa na face côncava e cuja disposição deixa entre elas um espaço denominado fenda estomática ou ostíolo.
Os estômatos são formados por células especiais que controlam a transpiração e as trocas gasosas da planta com o ambiente. A abertura e o fechamento dos estômatos são controlados por diversos fatores do ambiente, sendo o principal deles a água.
Se no ambiente houver quantidade de água suficiente, as células dos estômatos absorvem mais água das células vizinhas, aumentam de tamanho e forçam a abertura do orifício central. Dessa forma, os estômatos permanecem abertos e a planta perde vapor d'água. Quando o ambiente se torna seco, as células dos estômatos diminuem de tamanho e então o orifício central se fecha, impedindo a perda de água por transpiração.

Observação de estômatos:

Foto: Raquel Pontes
Foto: Raquel Pontes
Foto: Raquel Pontes

Foto: Raquel Pontes

Foto: Raquel Pontes


Foto: Raquel Pontes




Texto Adaptado por Paula Sant'Ana


Herbário

Um herbário é uma coleção de plantas composta por amostras secas de ramos com folhas, flores e/ou frutos, fixadas num pedaço de cartolina. Esta amostra é chamada exsicata, a qual é acompanhada de uma etiqueta com dados sobre o nome científico e descrição da planta - a identificação - local e ambiente de coleta; coletor e data de coleta. A exsicata é a unidade básica de coleção de um herbário, pois constitui material testemunho referencial para futuros estudos. Ela é registrada e numerada antes de ser incorporada ao acervo.

Herborização das coleções

·         Prensagem - Este processo inclui a prensagem do material verde ou fixado em álcool, a secagem em estufa e a triagem do material para montagem e para distribuição a outros herbários e especialistas. A prensagem exige cuidados especiais porque desta etapa depende a qualidade da futura exsicata, tanto em termos de uniformidade de secagem como a perfeita exposição das folhas, frutos e/ou flores.

Fonte: portalnea.blogspot.com
                                   

·       Secagem e Triagem - A secagem tem que ser em temperatura constante, em estufa de madeira aquecida à gás, ou aproximadamente 24h a 60oC. O material mais espesso e frutos carnosos devem passar mais tempo até a completa desidratação. Alternativamente pode-se usar estufas com lâmpadas de 100w.


 Montagem das Exsicatas

• Material vegetal desidratado
• Folha de papel cartolina
• Cola (não é o ideal! O ideal seria prender com linha e agulha ou fita adesiva.)
• Etiqueta adesiva



Método

Após a triagem, o material a ser incorporado ao herbário vai à montagem, que consiste na colagem cuidadosa dos ramos com folha, flor e/ou fruto no centro de um pedaço de cartolina de 29cm x 42cm, denominado blusa. Esse material recebe uma capa protetora de 60cm x 42cm, denominado saia. No canto superior esquerdo da cartolina fica um pequeno envelope de 7 x 15 cm onde são guardados pequenos fragmentos da amostra. No canto inferior direito da blusa é afixada a etiqueta de 15cm x 10cm onde estão registrados os dados da planta, do local e ambiente de coleta e do coletor. O processo de produção das etiquetas é todo feito em computador e impressora. Na saia, do lado de fora, deve-se escrever o número do registro, o nome da família e nome científico. A blusa deve ser fixada na saia através de grampos.

Registro de Exsicatas

Para controle, deverá ser lançado em um livro ou caderno, o número de registro, nome e número do coletor, local e data da coleta e nome científico. 

Texto adaptado por Paula Sant'Ana


Estudo da Botânica

Foto: Raquel Pontes


Botânica é o estudo da fisiologia, morfologia, ecologia, evolução, anatomia, classificação, doenças, distribuição, dentre outros aspectos das plantas. Essa ciência foi reconhecida como tal em 1979, juntamente com os cursos de Biologia.

A história dessa área das ciências naturais nos remete a um passado bem longínquo: sabe-se, por exemplo, que no ano 370 antes de Cristo, um filósofo grego chamado Teofrastus, discípulo de Aristóteles - este que havia classificado as plantas em “com flores” e “sem flores” - escreveu dois tratados: "Sobre a História das Plantas" (Historia Plantarum) e "Sobre as Causas das Plantas".

O alemão Otto Brunfels, no século 16, publicou uma obra denominada Herbarium, com informações precisas sobre algumas espécies de plantas e, dois séculos depois, o botânico sueco Lineu propôs a nomenclatura binomial para identificação, também, deste reino vivo. Seu sistema de classificação era baseado na posição e número de estames na flor. Ambos são considerados como os pais da botânica científica.

Eicher, mais tarde, propôs a subpisão do Reino Plantae em criptógamas e fanerógamas: plantas sem e com flores, respectivamente. Outro cientista, Engler, propôs a classificação entre talófitas e cormófitas, sendo essas últimas as que possuem raiz, caule e folhas. Atualmente, com o advento da filogenia e avanço da Biologia Molecular, outras formas de classificação vêm sendo propostas.

Em nosso país, o estudo dos vegetais foi impulsionado pela chegada da corte portuguesa, tendo como consequência a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em 1808, por D. João V

Fonte: http://www.brasilescola.com/biologia/botanica.htm